Na manhã seguinte, Mila acordou com o som inesperado de um motor encostando diante do portão.
Por um segundo, o coração disparou — até lembrar que havia marcado com uma transportadora o envio dos objetos de Roma.
Abriu a porta ainda com o cabelo solto, sentindo o vento frio da manhã bater no rosto.
Um homem de colete laranja descia da van, segurando uma prancheta.
— Mila Dervishi? Entrega de Roma.
— Sou eu — respondeu, tentando conter o sorriso que teimava em nascer.
Assinou os papéis e observou enquanto ele descarregava quatro caixas grandes, mais uma mala de tecido firme que parecia fora de lugar naquele quintal.
Quando a van foi embora, Mila ficou parada, olhando tudo como se não acreditasse que aquelas coisas tinham finalmente cruzado a distância.
Ali, sobre o chão de pedra, estava tudo que ela jurou que não precisava — mas que, de alguma forma, ainda era parte dela.
Passou boa parte da manhã carregando as caixas para dentro, uma de cada vez.
A sala virou um campo de memórias empi