Mila sentou-se à mesa com a caixa de metal aberta à sua frente. O cheiro de cânfora ainda pairava no ar, misturado ao aroma do chá que esfriava na caneca.
Por alguns minutos, só observou o conteúdo, como se tocar fosse um risco que ainda não estava pronta para correr.
Entre os lenços dobrados com cuidado e algumas anotações em papéis amarelados, viu mais fotografias — todas em preto e branco. A maioria mostrava sua mãe em lugares que ela não reconhecia: escadarias antigas, jardins floridos, ruas de paralelepípedo.
Debaixo de uma das fotos, encontrou um envelope pequeno. A caligrafia era firme, quase masculina. Só havia um nome escrito, no centro: Emine.
O coração bateu mais forte. Era o nome da mãe.
Por um instante, quase abriu o envelope. Mas conteve o impulso. Não queria engolir tudo de uma vez. Precisava que fosse gradual, como uma ferida que cicatriza devagar.
Fechou a tampa da caixa, respirando fundo. Depois ficou ali, olhando o espelho que Blerim tinha restaurado. A rachadura pa