Manhattan pulsava embaixo dos saltos de Clara Valentina.
Depois do almoço com Ícaro — que, convenhamos, parecia mais uma audiência de fofoca com juízo final — o quarteto do apê 1501 voltou pro 49º andar da Hudson Tower como quem retorna da guerra.
Bolsa no ombro, blazer meio torto do calor, cabelo já gritando por socorro e a digestão brigando com a pauta das 14h.
E claro… o universo nunca descansa.
Porque assim que as portas do elevador se abrem… lá está ele.
-O homem do elevador.
Dante Navarro.
reluzente, sorriso disfarçado de desinteresse, mas com aquele olhar que te cheira por dentro.
Ele vê. Ele sabe.
E só de olhar, já bagunça a bússola emocional de qualquer uma.
Clara pisca. Um só segundo. O suficiente pra confirmar que o ego dele é maior que o andar da cobertura.
Rebeca percebe a tensão, morde o canudo do copo de matcha e solta, baixinho:
— “Essa alma perdida aí precisa urgente de um GPS emocional.”
Nanda dá uma risada seca:
— “Ou de um boletim de ocorrência nas costas.”
Lívia,