O hall do prédio estava com aquele silêncio elegante que só espaços de mármore e vidro têm. Dante já estava ali, de frente pra portaria, conversando com um dos seguranças, quando as portas automáticas se abriram.
Clara entrou.E ao lado dela, Ícaro.Dante viu primeiro os saltos. Depois, as pernas. Depois… a cena completa.Ícaro com a mão no bolso, sorriso fácil; Clara com o blazer aberto, o corpo fluindo como se fosse sempre sexta-feira.O estômago dele não apertou. Dante Navarro não tinha dessas.Mas os olhos… ah, esses fixaram.Ele deu dois passos à frente, e foi o suficiente para que os amigos — Eduardo e Marcelo, sentados num dos sofás do hall — levantassem a cabeça.Eles já sentiram o clima.— Dante: “Clara.” — o cumprimento soou grave, lento, quase um brinde.— Clara: “Dante.” — ela manteve o sorriso polido, mas não se apressou.Ícaro soltou um “Navarro” como quem marca presença, recebendo de volta