— “Tá, então tá combinado!” — disse Clara, jogando os saltos pra dentro da mochila de lona que Rebeca improvisou como bolsa de emergência. — “Rebeca leva minha bolsa, Lívia cuida das plantas, Nanda não deixa o gato sair. E eu… vou correr até a sanidade voltar.”
— “E se encontrar com o Dante no caminho?” — provocou Lívia, rindo.
— “Eu atropelo.” — Clara respondeu, sem virar o rosto. — “Descalça, se for preciso.”
Todas riram. Inclusive Ícaro, que já tinha voltado só pra buscar o cachecol esquecido, e aproveitou pra dar mais um beijo no ar, como sempre.
A porta do elevador apitou.
— “Vai, mulher. Antes que a cidade perca essa chance de te ver de verdade.” — brincou Nanda.
Clara mandou beijos com a mão, deu um aceno dramático com o cabelo, e entrou no elevador como uma deusa em missão secreta… só que sem o glamour habitual de salto e blazer.
Estava com os pés no chão. Literalmente.
Tênis esportivo preto. Vestido colado. Mochila velha nas costas.
A imagem de uma CEO à beira de um ataque de