A madrugada se arrastava pesada sobre o asfalto molhado.
O comboio da Interpol cortava a estrada entre Lyon e Marselha como uma linha de aço — faróis baixos, motores em ronco constante, e o vento frio trazendo cheiro de tempestade.
Dentro da viatura central, Sophia estava algemada, os pulsos marcados de metal.
O vestido vermelho havia sido trocado por um casaco escuro, mas o olhar continuava o mesmo: altivo, quase sereno.
Ela observava o reflexo das luzes azuis dançando no vidro, um meio sorriso brincando nos lábios.
Do banco da frente, o agente francês consultava o rádio.
— Convoy Alpha, status estável. Vento forte, mas visibilidade boa.
Nada indicava o inferno que vinha.
Atrás do comboio, Rose Almeida e Henrique seguiam em um carro de apoio.
Rose mantinha o olhar fixo na estrada, os dedos batendo no volante com impaciência.
Henrique revisava relatórios no tablet, mas o silêncio entre eles era o que mais pesava.
— Você tá inquieta — ele disse, sem levantar os olhos.
— Algo não encaix