O carro parou diante da casa branca de portão de ferro.
O sol da tarde caía preguiçoso, tingindo o jardim de dourado. Rose olhou pela janela sem entender direito por que aquele lugar lhe parecia tão familiar — e ao mesmo tempo tão distante.
O coração batia devagar, num compasso incerto. Tudo nela era novo e velho ao mesmo tempo.
Paulo saiu primeiro, apressado, abrindo a porta para ajudá-la.
— Devagar, filha. — disse, com a voz trêmula, quase um sussurro de emoção.
Ela assentiu, apoiando-se no braço dele. As pernas ainda estavam fracas, o corpo magro depois dos quinze dias em coma.
Mas o que a deixou realmente sem ar não foi o esforço físico.
Foi o que viu.
No portão, pendurada entre fitas coloridas, uma faixa branca balançava com o vento.
“Seja bem-vinda, Rose.”
As letras tortas denunciavam mãos de irmãos apressados — e um coração que esperou demais por aquele momento.
Por um segundo, Rose quis chorar, mas não sabia por quê.
O portão se abriu, e o cheiro da casa veio como uma lembranç