Não havia som.
Nem luz.
Nem dor.
Só o nada — um vazio branco, tão absoluto que até o próprio pensamento parecia se dissolver.
Rose não sabia se estava dormindo, sonhando ou simplesmente deixando de existir.
O corpo, quando ela tentava sentir, era só leveza.
Sem peso.
Sem forma.
Como se tivesse virado vento.
Tentou abrir os olhos, mas não havia pálpebras.
Tentou respirar, mas não havia ar.
Apenas aquele silêncio — um silêncio que gritava.
E então, veio o medo.
Aquele tipo de medo que não nasce do perigo, mas da ausência dele.
Um medo ancestral, frio, que diz: “você não pertence mais ao mundo dos vivos.”
> “Pedro...”
O nome saiu como um sussurro sem som.
Mas naquele instante, o vazio pareceu tremer.
Um eco.
Distante.
Fraco.
Ela tentou seguir o som, mas não havia chão.
Cada passo era uma ideia, não um movimento.
A brancura infinita se estendia em todas as direções, sem horizonte, sem tempo.
— Onde eu estou...? — murmurou, e a própria voz voltou como se viesse de dentro da cabeça.
Silênci