A festa já durava mais de duas horas, mas o salão parecia ganhar fôlego a cada novo brinde.
O piano de cauda tocava jazz suave, e os lustres lançavam reflexos dourados sobre as taças.
Pedro movia-se entre empresários e políticos com a naturalidade de quem nascera para aquele mundo — elegante, sorridente, cada palavra medida como discurso.
Rose, sempre um passo atrás, acompanhava.
O vestido azul cintilava sob a luz e contrastava com a postura de sentinela.
Ela não bebia, não ria alto, não relaxava.
A beleza dela era fria, controlada — e isso chamava mais atenção do que qualquer joia.
— Senhorita Almeida? — chamou uma voz atrás dela.
Rose virou-se e encontrou o Governador Tompson.
O homem tinha porte imponente e um sorriso de quem já vira de tudo.
— Eu a reconheceria em qualquer lugar — disse ele, estendendo a mão. — Rose Almeida, a lenda das operações de segurança da capital.
Ela apertou a mão com firmeza.
— Ex-lenda, governador. Hoje eu só protejo um homem teimoso que não sabe ficar l