O dia amanheceu com um ar de calmaria que só enganava quem não sabia o que vinha pela frente.
A chuva da noite anterior dera lugar a um sol tímido, e a mansão parecia respirar alívio — mas Rose sentia o oposto.
Dentro dela, tudo era alerta.
Aquela madrugada não saía da cabeça.
As armas escondidas, as câmeras ajustadas, o colar preso ao pescoço de Pedro — tudo estava em seu devido lugar.
Mas o perigo, ela sabia, não se media em distâncias.
Se media em silêncio.
E o silêncio daquela manhã estava alto demais.
Pedro, como sempre, surgiu na cozinha com um sorriso preguiçoso e o cabelo desalinhado.
Tinha o olhar leve, satisfeito, como quem finalmente começava a acreditar que o pior havia passado.
— Bom dia, amor. — disse, se aproximando por trás e beijando o ombro dela.
Rose disfarçou o sobressalto, virando-se pra ele com um sorriso que escondia mais do que mostrava.
— Bom dia, meu amor, teimoso. Dormiu bem?
— Melhor do que merecia. — ele brincou, pegando o café. — E você?
Ela hesitou. — Do