A noite desceu devagar sobre o mar.
O céu parecia um manto bordado de prata, e o som das ondas era a única coisa que ousava quebrar o silêncio do bangalô.
Pedro e Rose jantaram quase em silêncio, trocando olhares mais do que palavras — o tipo de comunicação que nasce quando o corpo fala melhor do que a boca.
Depois, ele serviu vinho, e os dois foram pra varanda.
O ar tinha cheiro de sal e jasmim, e o vento soprava suave, bagunçando o cabelo dela.
Rose estava com um vestido leve, de tecido fino, e o reflexo da lua desenhava contornos de prata na pele dela.
Pedro, encostado na grade, observava.
— Tá me olhando como se eu fosse cometer um crime. — disse ela, sem virar o rosto.
— Tarde demais. — ele respondeu, a voz rouca. — Já cometi.
Ela o olhou por cima do ombro, sorrindo de canto. — E qual seria?
— Me apaixonar sem pedir permissão.
Rose balançou a cabeça, rindo baixo. — Você não tem jeito.
— Tenho. E é você.
O silêncio que veio depois não foi desconfortável — foi denso.
Daquele tipo q