O sol nasceu devagar, tingindo o mar com tons de ouro e cobre.
A brisa da manhã invadia o quarto pelas frestas das cortinas, espalhando o cheiro de sal e flores silvestres.
Rose abriu os olhos antes do despertador. Ainda era cedo, mas o corpo parecia acordar sozinho, guiado pelo silêncio suave que só o mar sabia fazer.
Pedro dormia ao lado, o rosto tranquilo, os lábios entreabertos num meio sorriso.
Ela o observou em silêncio, com aquela ternura calma de quem aprendeu que o amor também é isso — olhar e não precisar dizer nada.
Passou os dedos pelo cabelo dele, afastando uma mecha rebelde da testa.
— Tá sonhando com o quê, hein, herdeiro? — sussurrou, e ele resmungou qualquer coisa incompreensível, virando-se de lado.
Rose riu sozinha, levantou-se e caminhou até a varanda.
O céu ainda guardava um restinho de noite no horizonte, e o som das ondas batendo nas pedras parecia um coração pulsando no ritmo certo.
Encostou-se no parapeito e respirou fundo.
Era o último dia na ilha.
Atrás dela