Tentei argumentar, a voz ainda trêmula de choque, mas a convicção do meu avô era inabalável. "Eu daria a Helena toda a assistência, e ao filho que ela está esperando não faltaria nada", falei, tentando achar uma solução que não envolvesse casar. Uma solução que, de alguma forma, me livrasse dessa situação sem desrespeitar minhas responsabilidades.
— Ou se casa, Leonardo, ou esquece os negócios da família. Nos Montenegro, não existe bastardo, ele falou, a voz calma, mas cheia de uma seriedade que me gelou até a alma. Ele saiu, sereno, entre os vinhedos, percorrendo os olhos pela propriedade como se não se importasse com o que eu sentia. Sua única preocupação era que eu desse um jeito.
E o único jeito parecia ser esse mesmo: casar. Mesmo que depois, não desse certo e nos separássemos. A ironia da situação era grande. O magnata, o herdeiro, que sempre teve o controle da sua vida, agora estava sendo controlado por uma tradição de família e por uma mulher que ele mal conhecia. O medo, a an