Samuel sentou-se no chão frio do dormitório, com as costas apoiadas contra a parede descascada. A luz fraca da lâmpada overhead lançava sombras longas sobre o chão de madeira, e o silêncio da noite parecia se esticar como uma corda tensa. O relógio velho na parede marcava quase meia-noite, mas ele não conseguia dormir. Sentia-se inquieto, como se algo estivesse prestes a acontecer. Nos últimos dias, um misto de ansiedade, esperança e medo parecia crescer dentro dele, como uma tempestade silenciosa que ele não sabia como controlar.
A carta que recebera semanas atrás ainda estava escondida sob a tábua solta do assoalho. Às vezes, ele se perguntava se estava ficando obcecado por ela, mas não podia evitar. A cada noite, ele a relia, tentando absorver cada palavra, cada possível sinal de verdade. As palavras da carta estavam gravadas em sua mente, ainda frescas, e ele não podia deixá-las ir. A carta dizia que sua verdadeira origem estava mais próxima do que ele imaginava — e que ele preci