O silêncio da floresta parecia gritar nos ouvidos de Samuel. As folhas balançavam suavemente com o vento, mas cada estalo de galho soava como uma ameaça. Ele e Teresa se escondiam atrás de uma formação de pedras, observando as luzes do carro que passava devagar pela estrada de terra. Os faróis cortavam a escuridão como facas afiadas, e por um instante Samuel achou que fossem parar.
Mas o carro seguiu adiante.
Teresa soltou um leve suspiro.
— Ainda não nos acharam. Mas não temos muito tempo.
Samuel olhou para ela com os olhos arregalados. Estava suado, sujo, com a camisa rasgada e as mãos ainda tremendo da fuga. Nada parecia real. Aquele dia havia começado como tantos outros no orfanato… e agora ele estava no meio da mata, fugindo de pessoas encapuzadas e ouvindo verdades sussurradas que mal compreendia.
— Por que estão atrás de mim? — perguntou, com a voz fraca.
Teresa hesitou por um momento. Parecia escolher cuidadosamente cada palavra.
— Porque você não é apenas mais um garot