Samuel recuou lentamente, os olhos fixos na porta. O som daquela voz — grave, baixa e familiar de alguma forma — parecia vir de um pesadelo. Ele não sabia se corria, se gritava ou se apenas ficava parado. Seu corpo não respondia, congelado entre o medo e a curiosidade.
— Samuel... — repetiu a voz do lado de fora, agora mais próxima. — Você não precisa ter medo.
A maçaneta girou levemente. Ele deu um passo para trás, tropeçando nos papéis que ainda estavam abertos no chão da cabana. O coração batia descompassado no peito. Onde estava Teresa?
— Eu sei o que você está procurando. A verdade. Sobre quem você é... e por que foi deixado para trás.
Ele apertou os punhos, sentindo o suor frio escorrer pelas têmporas. A porta rangeu, mas não se abriu. Samuel olhou em volta desesperado, tentando encontrar algo que servisse como arma ou abrigo. A única coisa que tinha era a lanterna sobre o baú e as velhas mantas.
A voz falou novamente, desta vez com um tom de tristeza:
— Você é mais import