Alice Kim
Eu não chorei.
Não gritei.
Não quebrei nada.
Até a porta da frente abrir.
Zion entrou.
Com aquela mesma calma disfarçada que ele sempre usava quando queria fingir que nada estava pegando fogo.
Só que estava.
— O que foi? — ele perguntou, jogando as chaves na mesinha da sala.
E foi aí.
A gota.
— O QUE FOI? — gritei, levantando do sofá como se tivesse sido arremessada. — EU FUI SUSPENSA, ZION!
Ele parou. Ficou me olhando como se não tivesse entendido.
— O quê?
— Isso mesmo! — joguei o celular no peito dele. Ele pegou no reflexo. Leu. A expressão dele ficou cinza.
— Como assim...? Quem...?
— Alguém viu a gente hoje na pracinha! Ouviu! Tirou conclusão! Mandaram a mensagem! Eu fui suspensa por “conduta imprópria”!
A voz falhava. Mas a raiva não.
— E tudo por causa de você! Da merda que você virou na minha vida! Da sua necessidade de controle, de marcar território, de aparecer onde não é chamado!
— Eu só queria conversar! — ele rebateu, a voz aumentando. — Você acha que eu planejei