Alice Kim
O silêncio do terraço ainda me envolvia quando finalmente decidi que era hora de voltar. Respirei fundo, sentindo o ar fresco preencher meus pulmões, tentando puxar a calma que o escritório não dava.
Me afastei do parapeito com passos lentos, quase hesitantes, como se cada avanço me aproximasse de um campo minado emocional.
No corredor de volta, o som abafado dos teclados e vozes me recebeu como um lembrete do caos que eu tentava deixar para trás — ou ao menos controlar.
Ao chegar na minha mesa, tudo parecia exatamente igual. A prancheta repousava sob meu braço, cartas que ainda não tinha jogado. Sentar foi um pequeno alívio, um gesto que me devolvia um pouco da sensação de controle.
Olhei para a tela do computador, o cursor piscando como uma batida que pulsava em sintonia com o meu coração acelerado. A rotina tentava me encontrar; o escritório tentava tomar o lugar dos meus pensamentos.
Mas eu sabia que o que realmente precisava era enfrentar aquilo um passo de cada vez. Re