Zion Bellini
Ela saiu. Com Júlia. Era sexta à noite e as duas tinham postado alguma coisa. Rindo. Brindando. Balada, bar… o clássico “tô me divertindo, tô bem, foda-se o mundo”.
Mas eu conhecia Alice. E eu conhecia essa fachada. O problema? Eu também conhecia meu próprio veneno. Julia postou um vídeo curto — elas dançando, a luz da pista piscando, Alice com aquele vestido preto que apertava a cintura como se tivesse sido desenhado pra mim perder a sanidade. Eu pausei. Assisti de novo. E de novo.
E então mandei:
“Ela tá contigo?”
“Sim. Por quê?” — Júlia respondeu.
“Já estão voltando?”
“Daqui a pouco. Ela tá cansada.”
A resposta veio como soco. Porque era isso. Ela ia voltar. Pra casa. Pro mesmo teto. Pro mesmo silêncio.
E eu?
Eu não tava pronto pra mais uma noite fingindo que não me importava.
Então decidi sangrar de propósito.
Levantei. Me vesti com calma. Mandei a mensagem.
“Tá por aí?”
Sophie respondeu em três minutos: “Sempre tô. Bora?”
A mãe de Alice não voltaria até o sábado. A ca