Alice Kim
Julian me entregou o convite com a mesma elegância com que me entrega elogios: sem exagero, mas com peso.
— Evento interno da empresa. Formal, mas não chato. Teremos investidores, clientes antigos, novos sócios... Seria ótimo ter você lá.
— Como estagiária?
— Como destaque. — Ele sorriu. — E, se quiser, como minha companhia também.
Engoli seco.
O “como minha companhia também” ecoou por dias. Eu disse que ia pensar. Mas a resposta já estava ali, entalada entre o orgulho e a ferida aberta que atendia pelo nome Zion Bellini.
No sábado, Julia praticamente invadiu meu quarto com um vestido preto nas mãos e um discurso pronto:
— Você vai linda. Vai firme. Vai fazer ele se arrepender de ter nascido. —
— Isso é meio intenso, Ju.
— E necessário.
Quando Julian me buscou, pontual como um relógio suíço, com aquele blazer cinza e perfume caro que preenchia o ar do carro, eu só pensei:
“Ele é o homem certo na hora errada... e o único que parece estar tentando me fazer esquecer o errado qu