O chalé estava silencioso, mas não com o silêncio confortável de outras noites. Era um silêncio inquieto, que parecia se mover com ela a cada passo. Madeleine tinha espalhado roupas pela cama, presentes pela mesa e uma pilha de papéis que já não sabia por que guardara sobre a cadeira.
Separar o que levaria para o reencontro com Beatrice se transformara num exercício de respiração. Não queria exagerar. Não queria que parecesse uma ocasião formal demais, mas também não queria que faltasse nada.
O presente estava decidido desde a semana anterior — o livrinho norueguês com ilustrações de inverno, comprado na livraria de Kvaløysletta. Ela tinha passado a semana folheando-o, não para decorar as palavras, mas para se acostumar com a ideia de que aquelas páginas logo estariam nas mãos da filha. Ao lado dele, colocou uma pequena figura de madeira talhada em forma de rena, comprada na feira da vila. Era simples, mas tinha um ar de “guardo para sempre” que lhe parecia adequado.
Pegou um pedaço d