O convite veio de forma tão simples que Madeleine quase não percebeu o peso que carregava. Anders apareceu na porta do chalé no meio da manhã, com o gorro puxado até quase os olhos e um ar de quem tinha decidido algo de última hora.
— Vamos dar uma volta no barco — disse, direto. — Emil quer te mostrar um lugar.
Ela olhou para o casaco pendurado na cadeira, para a xícara de café pela metade sobre a mesa e, por fim, para ele.
— Agora?
— Agora. — E sorriu de canto, como se soubesse que ela não teria coragem de recusar.
Pouco depois, já estava com o gorro, as luvas e a câmera a tiracolo, caminhando ao lado dele até o pequeno porto. Emil estava alguns passos à frente, batendo os pés na neve como se quisesse apressar o tempo.
O barco balançava levemente, ancorado junto ao cais. Madeleine se lembrou da primeira vez que tinha subido nele — ainda insegura, com medo de escorregar, sentindo-se uma intrusa naquele espaço tão deles. Agora, o movimento parecia quase familiar. Emil saltou para dent