O salão cultural da vila não era grande, mas havia algo nele que fazia o ar parecer mais quente do que a temperatura podia explicar.
Madeleine chegou com o prato de pão entre as mãos, envolto no pano claro, e parou por um segundo diante da porta de madeira, hesitando. Lá dentro, as luzes tremeluzentes das velas penduradas em fios baixos lançavam reflexos suaves sobre as paredes de pedra. Vozes murmuravam em norueguês, entrecortadas por risos contidos e o tilintar leve de talheres. Uma música suave — um violino tocado por alguém com mais emoção do que técnica — preenchia o espaço como uma brisa morna.
Ela respirou fundo, ajeitou os cabelos com uma das mãos e empurrou a porta devagar.
Poucas pessoas notaram sua entrada. Não houve olhares longos nem sussurros. Apenas um homem mais velho que sorriu e acenou de leve, antes de voltar à conversa com a mulher ao lado. Havia mesas dispostas em círculo, com pratos compartilhados: saladas de batata, tortas salgadas, pães caseiros, caldos fumegan