Sofia
O carro da polícia parou com um tranco seco.
A porta abriu antes que eu pudesse respirar.
O ar da madrugada bateu no meu rosto, frio, cruel.
Meu irmão desceu primeiro, apoiado nos policiais, mancando, a mão ainda suja de sangue. Eu tentei ir até ele, mas me seguraram.
— Calma. Anda. um deles ordenou.
Entrei.
O corredor era iluminado demais. Cada lâmpada parecia uma pergunta que eu não queria responder.
Meu irmão foi levado para a sala ao lado.
Eu tentei segui-lo.
— Ele tá ferido! Ele precisa de mim! gritei, a voz embargada.
— Ele vai ser atendido. Você vai pra outra sala. seco. Sem olhar pra mim.
Fui empurrada para uma mesa metálica. A cadeira gelada grudou na minha pele.
Outro policial largou meus documentos sobre a mesa como se fossem provas de um crime que eu ainda nem entendia.
Eu respirava rápido, quase engasgando no ar pesado.
— Nome completo. ele começou, sem levantar a cabeça.
— Posso… posso saber como ele tá? minha voz saiu pequena.
Ele ignorou.
Digitava, caneta bat