Rogério
Eu ainda estava ali, parado ao lado da cama, observando a Liz dormir como se fosse a única coisa que importava no mundo, quando meu celular vibrou no bolso da calça.
Olhei para Camila e para os bebês todos ainda dormindo e saí para o corredor para não fazer barulho.
Era o número da clínica veterinária.
Meu coração apertou forte, tão forte que cheguei a apoiar a mão na parede por um segundo.
O Tob.
Meu companheiro.
Meu amigo.
Meu guerreiro que tinha se colocado entre a Liz grávida, vulnerável e aquele desgraçado que invadiu nossa casa.
Atendi.
— “Senhor Rogério? Aqui é da equipe cirúrgica do Hospital Veterinário São Lucas.”
Engoli seco.
— “Como ele tá? Pelo amor de Deus…”
A veterinária respirou fundo antes de falar mas não era aquele suspiro pesado de má notícia. Era calmo.
— “Ele está vivo, senhor. E está estável.”
Fechei os olhos e senti minhas pernas quase falharem.
— “O ferimento foi sério… muito sério. A faca atingiu a lateral do tórax, próximo da costela. Ele perdeu b