Rogério
Acordei antes do despertador.
Não foi o barulho da rua, nem o costume dos plantões.
Foi ela.
Liz dormia de lado, a respiração leve, uma das mãos sobre a barriga enorme. Nos últimos dias ela parecia mais inquieta, mais pensativa, mais… tensa. Eu dizia que eram hormônios, mas no fundo alguma coisa me dizia que era mais que isso.
E isso não me deixava dormir direito.
Me levantei devagar para não acordá-la e fui para a cozinha. O piso gelado, o silêncio, tudo parecia estranho naquela manhã. Ainda estava escuro, mas eu conhecia cada ruído dessa casa — e algo ali estava… diferente.
Ignorei a sensação e comecei a preparar o café dela.
Chá de camomila, pão integral com queijo branco, e as frutas que ela ainda conseguia comer sem enjoar. Organizei tudo na bandeja, mas a preocupação não saía do meu peito.
Liz nunca foi de sentir medo.
Muito menos de esconder algo de mim.
Mas ontem à noite…
Ela não estava bem.
Enquanto a água esquentava, peguei o celular e procurei o contato da Camila,