Elizabeth
Assim que a porta se fechou atrás do Rogério, o silêncio da casa ficou ainda mais evidente. Respirei fundo, tentando ignorar aquela ansiedade que vinha me acompanhando há dias, mas hoje… hoje ela parecia grudada na minha pele.
Tob levantou a cabeça do chão e me observou, atento, como se percebesse algo que eu não percebia.
— Calma, garoto… murmurei, passando a mão em sua cabeça.
Mas nem eu acreditava no que dizia.
Tentei levantar devagar para ir até o banheiro, mas foi exatamente nesse momento que ouvi o primeiro som.
Um estalo seco, vindo da sala.
Como se alguém tivesse batido o pé em um móvel.
— Ou como se alguém estivesse dentro da casa.
Meu sangue gelou.
Tob rosnou.
Não um rosnado brincalhão. Um rosnado baixo, profundo… de aviso.
— Tob…? sussurrei, mas ele já estava em posição de ataque, focado na porta.
Coloquei a mão na barriga, sentindo meus filhos se mexerem, inquietos com minha própria tensão.
Outro som.
Agora mais claro.
Passos.
Um peso arrastado.
Definitivamente