Estela
O dia mal tinha começado e eu já estava no modo ataque.
Passei por ele na cozinha com uma camisola curta e transparente, como quem não quer nada. Me abaixei só um pouquinho a mais pra pegar o pano que “caiu” no chão e deixei escapar um gemido leve ao levantar.
Na sala, me sentei de pernas cruzadas, mas não antes de mostrar uma “visão celestial”. Sorri como quem pede café, mas nos meus olhos gritava outra coisa.
Na hora do almoço, beijei o canto da boca dele devagar, deixei os dedos escorregarem pela nuca e sussurrei:
— Você tá tão gostoso com essa camisa…
Ele travou, olhou pro relógio e fingiu um lembrete urgente.
— Acho que… tenho que resolver um negócio no hospital.
— Agora? questionei, com carinha de anjo.
— É. Emergência médica. Autopreservação. Preciso sair antes que cometa um crime… ou um milagre.
Sorri, satisfeita. Era só o começo.
À noite, quando cheguei do banho, me olhei no espelho e soube: hoje, o coitado do Guilherme ia pagar todos os pecados que cometeu durante os