Estela
O barulho dos alunos deixando as salas ecoava pelos corredores, mas eu continuava ali, sentada num banco perto da saída, com a mochila no colo e a cabeça longe. Fazia dois dias do assalto, mas a sensação de medo ainda estava presa em mim como se tivesse acabado de acontecer. Meus olhos estavam pesados, não de sono, mas de lembranças que insistiam em voltar.
— Ei… ouvi a voz baixa atrás de mim, instantes antes de sentir os braços do Jordan me envolvendo. Tá tudo bem agora, viu?
Me encolhi um pouco, desconcertada com o gesto. Não era exatamente o abraço que eu queria.
— Jordan… murmurei, tentando sorrir, mas sem muita convicção.
Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, uma presença firme apareceu alguns passos à frente. Eu não precisei levantar o olhar para saber quem era. Eu senti.
Guilherme.
Nossos olhos se encontraram e, por um segundo, meu coração quase parou. Ele estava ali, sério, imóvel. Mas algo em seu olhar me atravessou. Culpa? Tristeza? Decepção?
— Estela ele chamou