Guilherme
Comemos no sofá mesmo, dividindo uma pizza e algumas risadas.
Ela falava com a boca cheia, reclamava que eu tinha pegado a fatia maior e ria sozinha quando eu fingia ofensa.
Estar com ela assim, leve, viva, solta… era como ganhar uma segunda chance de tudo que a vida me negou.
Mas o riso dela ficou um pouco mais fraco de repente.
Ela limpou os dedos num guardanapo, encostou o corpo no encosto e desviou o olhar.
— Guilherme… ela disse, sem a doçura de antes, só com a sinceridade da Estela que eu conhecia de verdade. O que a gente faz agora?
Parei de mastigar.
— Agora…?
— É. Com isso. Com a gente. Com o que aconteceu hoje.
— Você tá arrependida?
— Não. respondeu na hora. Só tô tentando entender onde isso vai dar. Eu ainda tenho quase dois anos de aula em Nova York. E você… você tá aqui. No Brasil. Na sua vida.
Fiquei em silêncio por um momento. O tipo de silêncio que eu costumava me esconder dentro.
Mas dessa vez, ela esperava mais. E ela merecia mais.
— Estela, eu passei tem