Capítulo 14

Estela

Não esperava vê-lo. Nem agora, nem tão cedo. Muito menos bater à porta do meu alojamento em outro continente, com aquele olhar entre arrependido e possessivo.

— Estela ele disse, baixo, como se meu nome doesse na boca dele.

— O que você está fazendo aqui? perguntei, segurando a porta, sem dar espaço.

— Precisamos conversar. Você sumiu, foi embora como se eu não significasse nada.

— E você queria o quê, Guilherme? Depois do que fez?

Ele respirou fundo, desviando os olhos por um instante.

— Eu estava confuso...

— Você me tirou a virgindade, Guilherme. E no dia seguinte me mandou esquecer, como se fosse um erro. Me tratou como se eu tivesse te forçado a algo, quando eu só te amei... minha voz vacilou, mas não chorei. Não mais.

Ele esfregou o rosto

, como se quisesse apagar o passado com as próprias mãos.

— Eu estava bêbado. Acordei e me assustei. Você tem 19 anos... e eu 33.

— Não venha justificar sua covardia com a minha idade. Eu era jovem, sim, mas sabia o que estava fazendo. V
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