Estela
Não esperava vê-lo. Nem agora, nem tão cedo. Muito menos bater à porta do meu alojamento em outro continente, com aquele olhar entre arrependido e possessivo.
— Estela ele disse, baixo, como se meu nome doesse na boca dele.
— O que você está fazendo aqui? perguntei, segurando a porta, sem dar espaço.
— Precisamos conversar. Você sumiu, foi embora como se eu não significasse nada.
— E você queria o quê, Guilherme? Depois do que fez?
Ele respirou fundo, desviando os olhos por um instante.
— Eu estava confuso...
— Você me tirou a virgindade, Guilherme. E no dia seguinte me mandou esquecer, como se fosse um erro. Me tratou como se eu tivesse te forçado a algo, quando eu só te amei... minha voz vacilou, mas não chorei. Não mais.
Ele esfregou o rosto
, como se quisesse apagar o passado com as próprias mãos.
— Eu estava bêbado. Acordei e me assustei. Você tem 19 anos... e eu 33.
— Não venha justificar sua covardia com a minha idade. Eu era jovem, sim, mas sabia o que estava fazendo. V