Gustavo
Ela ficou parada no meio da sala, como se o chão debaixo dos pés fosse ceder a qualquer momento. O silêncio entre nós já era quase insuportável quando ouvi sua voz, baixa e trêmula:
— Meu nome… não é Andreia Monteiro. Ela fechou os olhos por um instante antes de continuar. — Eu me chamo Rossandra Villani.
Senti um arrepio percorrer minha espinha.
— Rossandra… — repeti, tentando absorver.
— Eu… morava com meus pais e minhas irmãs na Colômbia — disse, a respiração acelerada. — Eu nunca tinha namorado, nunca tinha vivido nada… até que um dia, tudo mudou.
Eu podia ver seus dedos se apertando um contra o outro, como se aquilo fosse a única forma de não desmoronar.
— Meu pai devia dinheiro… e não para qualquer um. Eram homens perigosos. Mafiosos. Um dia eles foram cobrar… e em vez de levarem dinheiro, levaram… ela engoliu em seco, os olhos brilhando. — Levaram a mim.
Meu estômago revirou.
— O chefe deles… Ramires… seu tom falhou no nome — me manteve refém por um ano. Toda vez qu