Gustavo
Eu estava organizando alguns papéis no consultório quando o interfone tocou.
— Doutor Gustavo, precisamos do senhor no pronto-atendimento agora. É uma criança, tornozelo machucado. A pediatra está em cirurgia. a voz da enfermeira soava apressada.
Peguei meu jaleco e fui rápido. Na sala, encontrei um menino de cerca de onze anos, magro, cabelo castanho bagunçado, sentado na maca com expressão de dor, acompanhado de um senhor de idade que parecia preocupado.
— E aí, campeão… o que aconteceu? perguntei, me aproximando com um sorriso.
— Estava jogando bola… aí torci o pé. Dói muito, doutor. ele fez uma careta.
Sentei ao lado e comecei a examinar.
— Vamos dar uma olhadinha… toquei com cuidado, testando a mobilidade. O menino gemeu, mas consegui perceber que não havia deformidade grave. Tá vendo? Já vi fratura, e isso aqui não é uma. Você torceu o calcanhar, mas nada quebrado.
— Jura? ele perguntou, já um pouco mais aliviado.
— Juro. Vou imobilizar, você não vai pisar por alguns