Andréia
Saí do vestiário ajeitando o vestido vinho que havia escolhido com cuidado. Queria me sentir bonita. Queria lembrar a mim mesma que merecia mais do que migalhas.
Foi quando o vi.
Parado no meio do corredor, me observando como se eu fosse a última chance dele acertar alguma coisa. E talvez fosse. Mas eu estava cansada de esperar.
— Vai mesmo sair com esse cara? ele perguntou, a voz carregada de tudo o que ele nunca teve coragem de dizer.
Me aproximei com calma, sentindo o perfume que usava se misturar ao cheiro de hospital. O olhar dele me atravessava.
— Vou respondi firme, mas sem agressividade.
— Você nem conhece ele direito, Andréia.
Suspirei. A pergunta veio com uma pontada de ciúmes, mas o que doía mesmo era a ironia daquilo.
— E você, Gustavo? Você me conhece?
Ele engoliu seco. Eu vi. Vi o orgulho vacilar nos olhos dele.
— O Bruno foi respeitoso. Me ouviu. Me olhou nos olhos. Me tratou bem. E eu preciso disso agora.
Não esperei resposta. Ajustei a bolsa no ombro e dei u