O universo tem um senso de humor péssimo.
De todos os dias possíveis para eu trombar com o Noah de novo, claro que tinha que ser hoje, quando eu acordei com a mente mais bagunçada do que o quarto dele provavelmente é.
Depois do que aconteceu com o Miguel, eu passei dois dias inteiros evitando o Noah com precisão cirúrgica.
Entrava por portas diferentes, mudava de rota, inventava compromissos.
Eu nem sabia que era tão habilidosa em táticas de guerra psicológica.
Mas o problema do Noah é que ele sempre aparece quando NÃO deveria.
E naquele fim de tarde, com o campus quase vazio, as sombras longas e o vento frio, ele estava lá.
No pátio interno.
Sentado no muro.
Me olhando como se eu fosse um problema que ele estava decidido a resolver.
Merda.
Tentei desviar, como sempre.
Mas ele se levantou devagar — e veio na minha direção.
Cada passo soltando a mesma tensão elétrica que sempre vinha com ele.
— Indo pra onde? — perguntou, voz baixa.
— Longe de você. — respondi.
— Pena. — ele disse, par