Eu só queria pegar um livro no prédio de Humanas e voltar pra casa.
Era tarde. Mais tarde do que eu percebi.
As luzes do campus estavam fracas, meio amareladas, e os corredores quase vazios.
Quase.
Porque quando virei a esquina do bloco C…
eu ouvi uma voz.
Não era alta.
Não era um grito.
Era pior.
Era uma voz quebrada.
— Eu já disse que não posso… não posso agora, tá? — uma respiração falhou. — Eu tô tentando…
Parei. Instintivamente.
E então ouvi outro som.
Um que eu nunca tinha escutado dele.
Ar arranhado.
Nariz fungando.
Como se ele estivesse segurando o choro com força demais.
Meu coração apertou tão rápido que eu nem raciocinei.
Quando olhei… ele estava lá.
Noah.
Encostado na parede.
Cabeça baixa.
Uma mão segurando o celular com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos.
A outra mão tremia — literalmente tremia — enquanto ele passava pelos cabelos como se quisesse arrancar algum pensamento que não deixava ele respirar.
Ele não me viu.
Não ainda.
— Eu já falei que