(Pedro)
Minutos depois de saímos do shopping, o silêncio no carro foi quebrado apenas pela respiração suave de Benjamin, que havia adormecido no banco de trás, exausto pelo dia cheio. Olhei de relance para Isabella. Ela estava absorta no celular, a luz da tela iluminando seu rosto e criando uma barreira invisível entre nós. Voltei minha atenção para o trânsito, para as luzes da cidade que passavam como borrões, sentindo um vazio incômodo se instalar no carro.
Quando estávamos entrando na garagem do condomínio, o som suave do motor sendo o único ruído, ela finalmente quebrou o silêncio. Sua voz era neutra, mas havia uma ponta de impaciência nela.
— Pedro, onde está meu carro?
A pergunta me atingiu como um soco. Com o turbilhão de emoções do dia, a cena na frente da empresa, a conversa com os rapazes, eu havia esquecido completamente.
— Desculpa! — a palavra saiu mais fraca do que eu gostaria. — Esqueci de pedir ao Bruno para buscar.
— Você esqueceu?! — sua voz subiu o tom,