Luara
As palavras de Adrian reverberavam em minha mente, não como uma melodia suave, mas como estilhaços de vidro afiado, cada fragmento cortando a delicada estrutura da minha alma.
— Não está acontecendo nada entre o conde e eu! — A frase ecoava como um mantra desesperado, uma tentativa vã de erguer uma barreira contra a crescente turbulência interior.
No entanto, a verdade era um nó confuso e doloroso em meu peito. Eros... Ah, Eros. Por que sua imagem persistia com tamanha intensidade, a minha memória como uma marca incandescente? O modo como seus olhos encontravam os meus, com uma intensidade que parecia alterar a própria densidade do ar ao seu redor, essa simples lembrança desencadeava em mim um mar de sensações perturbadoras, um conflito interno que me roubava a paz.
— Lua, você está diferente — insistiu Adrian, sua voz carregada de preocupação.
Uma onda de culpa me atingiu em cheio. Eu sabia que meus pensamentos vagavam por territórios proibidos, por desejos que eu sequer o