Luara
Minha mãe e minha irmã me fitavam com os olhos arregalados, digerindo cada palavra que saía da minha boca sobre a noite passada. E não era para menos, até eu ainda estava processando tudo aquilo.
— Você e o soberano são irmãos? — Lívia perguntou, a voz carregada de incredulidade.
— Não de sangue, isso é óbvio — respondi, gesticulando com as mãos — Mas acho que é algo de alma, destino e todas essas baboseiras.
— Como eu não desconfiei desse colar? — Mamãe murmurou, o rosto pálido. — Fui uma mãe tão relapsa. Esse objeto podia ter te machucado ainda bebê!
— Não é sua culpa, mãe — tentei confortá-la. — Agora eu entendo que esse colar me encontraria de uma forma ou de outra, era inevitável.
— Não quero você metida nisso, Luara! Lutar contra os lobos é sua sentença de morte! — A voz dela era um misto de medo e raiva.
— Eu sou a chave, mãe. O fim dessa guerra. Não posso simplesmente ignorar isso.
— Já disse não! Você é só uma criança!
— Já tenho vinte e cinco anos. Sou uma mulh