“Minha vingança sempre foi meu destino… até que ela se tornou a fraqueza que nenhum inimigo conseguiu me impor.” — Fernando Torrenegro

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Eu não bebo por prazer. Nunca bebi. Cada gole é veneno, punição, fuga. E naquela noite, enquanto o whisky queimava minha garganta, eu repetia para mim mesmo que precisava lembrar quem eu era. Um homem em busca de vingança. Um inimigo disfarçado de marido. Mas então ela veio. Pequenos pés descalços, passos leves, mas determinados.

Luna.

Sua voz suave cortou a noite. Ela me ofereceu algo que ninguém jamais ousou: paz. E por um instante, acreditei que poderia aceitá-la. Por um instante, desejei deitar a cabeça no colo dela e esquecer.

Mas eu não posso esquecer. Não posso ceder.

Por isso, calei-me. Deixei que o silêncio falasse por mim. Mesmo que o silêncio fosse a forma mais cruel de rejeição.

Quando ela voltou para a cama, eu fiquei parado diante da janela. Mas a cada tragada do charuto, a cada gole amargo do whisky, percebia a mesma verdade se repeti