“Amar Fernando Torrenegro era tocar a chama que me aquecia e queimava ao mesmo tempo — a escolha mais bonita e, talvez, a minha maior condenação.” — Luna Castilho
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Havia algo errado. Eu não precisava de olhos para enxergar. Bastava sentir. Fernando mudou. Não no jeito como me tocava, nem no silêncio pesado que às vezes pairava entre nós — mas no espaço invisível que ele começou a erguer ao nosso redor. Uma barreira. Uma distância. E eu sabia que tinha a ver com a confissão dele. As palavras ainda ecoavam dentro de mim como uma batida constante: “Você é a única coisa que pode me salvar de mim mesmo.”
Salvá-lo.
Eu.
A mulher que ele arrastou para um casamento forçado, a filha do inimigo, a peça central de um jogo de vingança que até agora eu não compreendia por inteiro.
Mas havia verdade naquela frase. Eu a senti. Ele não disse para me enganar. Disse porque escapou. Porque sua alma se traiu. E desde aquele momento, ele passou a se esconder de mim. Como se tivesse medo da própria