“O silêncio dela me devora; a verdade que guardo pode destruí-la… e, ainda assim, sei que não posso mais me esconder.” — Fernando Torrenegro
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Há noites em que o silêncio desta casa pesa mais do que o som de tiros em uma emboscada. O silêncio de Luna. O silêncio dos meus próprios pensamentos. Os dois me cercam como inimigos invisíveis, prontos para me forçar a ceder.
Ela acha que não percebo quando finge dormir.
Mas eu sei.
Sei pelo ritmo da respiração, pelo jeito como seu corpo se mantém alerta, rígido, como se cada músculo estivesse preparado para reagir a qualquer verdade que eu possa deixar escapar.
E, talvez, tenha razão em desconfiar. Porque o que carrego é exatamente o que ela teme: um segredo capaz de destruir não apenas a paz que existe entre nós… mas a própria alma dela.
Castilho.
O nome que evito pronunciar diante dela. O fantasma que me move desde que vi meus pais mortos em meio ao sangue que ele mandou derramar. Toda a minha vida foi construída sobre essa vinga