“Ela é a ferida que sangra… e o vício que não quero curar.” — Fernando Torrenegro
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Eu sempre soube esconder minhas fraquezas. Desde garoto aprendi que mostrar dor era o mesmo que cavar a própria cova. Sorrir em frente ao inimigo era mais letal do que uma arma engatilhada. E calar diante de uma provocação era a garantia de que minha vitória viria depois, mais sangrenta.
Mas Luna…
Ela não precisava de olhos para me despir.
Ela me desarmava com uma simples frase. E quando seus dedos tocaram meu braço, como se pudesse sentir cada fissura que tento esconder, eu quis afastá-la. Quis gritar, empurrar, deixar claro que entre nós só existia um contrato e uma vingança. Mas não consegui.
O silêncio dela me feria mais do que qualquer faca. E então veio a pergunta simples, direta.e impossível de escapar:
— Então por que me beijou?
Eu fechei os olhos com força, como se isso fosse suficiente para apagar a lembrança. O gosto dela ainda queimava na minha boca. Um beijo que não devia ter exis