"Eu nunca temi a morte. Mas temo o que sinto quando ela me toca." — Fernando Torrenegro
🖤
Minha respiração era uma faca contra a dela. Eu estava tão perto que podia sentir o calor do corpo de Luna queimando através do tecido da roupa. O coração batia descompassado, como se tivesse esquecido a cadência do ódio para aprender o compasso da rendição.
Eu devia empurrá-la. Gritar. Rasgar o ar entre nós com a mesma frieza com que mando homens para a morte. Mas não consegui.
Minhas mãos, ainda firmes em seu rosto, relaxaram. Os dedos deslizaram até sua nuca, e por um instante — um único e maldito instante — eu a segurei como se fosse algo precioso, e não apenas uma peça no meu jogo de vingança.
Ela não disse nada. Apenas ficou ali, respirando junto comigo. E esse silêncio era pior do que qualquer grito. Porque me fazia ouvir o que eu tentava enterrar: o som da minha própria rendição.
Encostei os lábios nos dela de novo. Um beijo lento, perigoso, cheio de veneno e desejo. Mas quando senti o c