“Ele é minha prisão… mas também é o único que me enxerga no escuro.” — Luna Castilho
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Ele ficou parado na porta do meu quarto. Isso havia se tornado um costume de Fernando. Me vigiar parecia ser o sua distração predileta. Eu não precisava vê-lo para saber que estava ali com os olhos atentos a cada gesto e passo meu. A presença dele sempre muda o ar, como se o espaço inteiro se encolhesse para caber dentro da sombra que ele carrega.
Fernando não precisa falar para ser ouvido. O silêncio dele fala por ele. É denso, é afiado e corta como faca. Eu sinto. Eu sempre sinto.
Quando a voz dele atravessou o escuro — “Você me odeia?” —, meu coração deu um salto dentro do peito. Não foi ódio o que senti. Foi outra coisa. Algo que me queimou por dentro, algo que eu não quero nomear.
Queria poder dizer sim. Queria cuspir na cara dele o ódio que ele merece. Seria mais fácil e a minha única proteção. O ódio seria meu escudo. Mas eu não odeio Fernando. Por mais que eu tente não consigo nutrir sentim