ROSÁLIA DUARTE
— Aceita uma carona, senhorita Duarte?
Celso Mirantes estava sentado ao volante. Franzi a testa, segurando a alça da minha mala com mais força.
— O que você está fazendo aqui? — perguntei, sem esconder a surpresa.
— Jatos particulares são mais rápidos que voos comerciais, Rosália. — Ele sorriu de lado.
— Como você sabia que eu estava aqui?
— Eu sabia que você trabalhava para o Lauro. Você não estava em casa, deduzi que saiu às pressas por uma emergência e que estaria no escritório. Estou aqui há uma hora esperando.
Arregalei os olhos. Ele estava esperando na porta do meu trabalho? Espera... como ele sabe onde moro?
— Você é louco — decretei. — Por que você veio?
— Vim te ver, é claro. E vim te oferecer um acordo.
— Um acordo? — Ajeitei a bolsa no ombro. — Não, obrigada. Se tem uma coisa que assistir a vida da Cristina me ensinou, é a não fazer acordos com bilionários, pior ainda se forem bonitos e entediados.
Comecei a andar pela calçada, puxando