— Vai pra casa agora? — a pergunta dele veio depois de um silêncio confortável, enquanto eu ainda observava a fotografia da cachoeira, como se as curvas da água fossem capazes de me explicar o que estava acontecendo ali.
Virei o rosto na direção dele, arqueando uma sobrancelha. — Por quê? Vai me escoltar até o metrô agora? Novo serviço do CEO? Leon deu um meio sorriso, daquele tipo que parece perigoso só por existir. — Não exatamente. Mas… tem uma livraria aqui perto. Daquelas antigas, com cheiro de café e páginas empoeiradas. Achei que talvez você quisesse ver algo que não fosse tão... expositivo quanto o que acabou de ver. Eu deveria dizer não. Qualquer pessoa com juízo e amor-próprio diria. Mas o problema é que Leon Cavalli sabia costurar palavras como se fossem fios de veludo em pele nua — você mal percebe o quanto elas te envolvem… até já estar completamente laçada.