Acordei com a sensação de que minha cabeça havia sido atropelada por um trem de carga em alta velocidade. Um trem chamado “quase beijo com consequências emocionais irreparáveis”.
Leon não estava mais no quarto. Não sabia dizer se ele havia saído cedo demais para evitar mais uma troca de olhares que beirava a combustão, ou se tinha passado a noite toda acordado, tão perturbado quanto eu. A segunda opção massageava melhor meu ego — e, sinceramente, eu precisava de qualquer coisa que aliviasse essa dor de cabeça existencial.Fiz meu ritual matinal como uma máquina bem programada. Rosto, dentes, cabelo, perfume. Coloquei uma roupa leve, profissional e estratégica — o famoso look “não estou tentando nada, mas estou linda por acidente”.Desci direto para o café da manhã com meus equipamentos pendurados como armadura. Porque era isso que eu precisava naquele momento: proteção.A equipe estava reunida, espalhada entre sucos coloridos, croissants