Víbora Armando o Bote

O céu ainda exibe restos da tormenta que assolou a cidade na noite anterior, nuvens esparsas e pesadas pairam sobre o horizonte, como se observassem em silêncio os estragos deixados pela chuva. A manhã é abafada, pegajosa, com aquele calor úmido que gruda na pele e irrita. Marta, apesar disso, segue o seu dia. Está grávida de oito meses, e cada passo exige controle, paciência. Mas ela é teimosa. Sempre foi. E teimosia, hoje, é o que a move.

Veste uma jardineira jeans confortável sobre uma camisa de algodão branca. Os cabelos presos num coque simples, botas leves nos pés inchados. A barriga enorme, redonda como a lua cheia, avança à frente do corpo como um aviso. Ela dirige a RAM 3500 devagar pelas ruas molhadas, desviando de buracos recém-abertos pela enxurrada, observando as máquinas da prefeitura ainda trabalhando nas sarjetas destruídas.

Passa primeiro na agropecuária para buscar os insumos da semana. Dois funcionários uniformizados carregam caixas para a carroceria com eficiência.
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