As horas antes do amanhecer carregam um tipo de silêncio que machuca. Não o silêncio natural das noites no campo, com seus grilos e o uivo do vento entre as árvores, mas um silêncio denso, como se o mundo prendesse a respiração em espera.
No hospital, Marta repousa em uma cama branca demais, fria demais, com a pequena Lua adormecida em seu colo. Seus olhos não se fecham por completo. Cada piscar é uma tentativa de escapar da dor, mas também um risco: e se, ao acordar, ela nunca mais encontrar Jeff? E se ninguém conseguir trazê-lo de volta?
Jonathan caminha pelo quarto em silêncio, aflito, olhando a cada instante para o celular. Não há mensagens novas. Não há sinal. A equipe está em campo, mas tudo depende do que encontrarem nas próximas horas. Ele se aproxima de Marta e se ajoelha ao lado da cama.
— Eu sou capaz de qualquer coisa para trazer o nosso filho, qualquer coisa.
Marta o encara, com os olhos vermelhos, mas fortes.
— Ele é só um bebê, Jonathan. Um bebê… vamos encontra-lo
Ela